Grupo bolsonarista tenta reforçar apoio internacional e busca respaldo do ex-presidente dos EUA para rebater ações do STF no Brasil – (Foto Reprodução, Redes Sociais)
Um grupo de senadores brasileiros da ala bolsonarista embarcou nesta sexta-feira (26) rumo aos Estados Unidos, com destino à Flórida, onde pretendem se reunir com o ex-presidente Donald Trump. A comitiva, formada por nomes como Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Novo-CE), tem como objetivo abrir canais de interlocução internacional em meio à crescente pressão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A viagem ocorre em um momento delicado para o campo conservador no Brasil. Jair Bolsonaro enfrenta uma série de investigações, e recentemente passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos no STF. O gesto dos senadores é visto por analistas como uma tentativa de internacionalizar o discurso de perseguição política, apostando no alinhamento ideológico com Trump.
“Estamos indo em missão de paz e soberania, para dialogar com lideranças internacionais que compartilham dos mesmos valores de liberdade, cristianismo e combate ao comunismo”, afirmou o senador Magno Malta em nota divulgada nas redes sociais.
Ainda não há confirmação oficial por parte da assessoria de Donald Trump sobre a realização do encontro, mas interlocutores afirmam que o ex-presidente americano estaria aberto à visita, especialmente diante da recente aproximação com líderes conservadores da América Latina.
Apesar da motivação política, os senadores negam que a viagem tenha caráter institucional. Segundo a assessoria do Senado Federal, os parlamentares não estão em missão oficial, e os custos da viagem estão sendo custeados com recursos próprios ou do partido.
O movimento tem gerado críticas entre parlamentares da oposição. “É um gesto desesperado de quem tenta deslegitimar instituições brasileiras com apoio estrangeiro”, disse a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
A iniciativa revela um novo capítulo na tensão entre os Poderes no Brasil, colocando o Senado no centro de uma estratégia de confronto externo. A expectativa é que, ao voltar dos EUA, os senadores tragam uma carta pública ou manifestação de apoio do ex-presidente Trump, o que pode elevar ainda mais a temperatura no cenário político nacional.



