O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, deixou o Partido dos Trabalhadores (PT) nesta segunda (24). O comunicado foi feito através de uma carta aberta endereçada ao presidente do PT, Edinho Silva. Jean-Paul explicou que não daria mais declarações, mas nela revelou que vai seguir no campo progressista.
“Continuarei no campo progressista, em uma legenda com tradição equivalente de luta por justiça social, dignidade e soberania nacional”, despista Jean-Paul.
No texto, publicado nas redes sociais, Prates diz que não carrega mágoas do partido e agradece aos dirigentes do PT pelo período que esteve no Senado (2019-2023) e à frente da Petrobras (2023-2024), em especial ao presidente Lula e à governadora Fátima Bezerra (PT).
“Registro aqui, com emoção e gratidão sincera, minha eterna reverência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à Governadora Fátima Bezerra, por terem me confiado as duas missões mais importantes e honrosas da minha vida pública: representar o Rio Grande do Norte no Senado Federal e presidir a Petrobras, símbolo maior da soberania energética nacional”, agradece Prates.
Jean-Paul afirma que teve um encontro com Fátima, no qual se colocou à disposição para integrar a chapa majoritária governista ao Senado Federal em 2026. Porém, em conversas anteriores, já havia percebido que tinha se tornado pequeno o espaço reservado a ele no partido.
“Minha saída, provocada por intrigas palacianas e desinformações deliberadamente plantadas, e marcada pela ausência de manifestação pública do partido à época, consolidou uma percepção de esvaziamento do espaço político que antes eu ocupava”, desabafa Prates em um trecho da carta.
“A forma como se desenvolveram as conversas recentes sobre os planos políticos do PT no Rio Grande do Norte para 2026 reforçou minha percepção de que meu espaço de contribuição dentro do partido se encontrava reduzido – ainda que eu mantenha total respeito às decisões e compreenda que os diálogos políticos seguem em evolução”, acrescenta.
No encerramento, Jean-Paul agradece à militância do PT e aos quadros do partido, principalmente Fernando Haddad, Aloízio Mercadante, José Dirceu e Edinho Silva. Prates ainda deixa abertura para futuros diálogos com o partido.
“Sigo com espírito fraterno, aberto ao diálogo, e determinado a continuar servindo ao povo brasileiro com coragem, seriedade e visão estratégica”, encerra.
Quem é Jean Paul Prates?
Filiado ao PT há 12 anos, Jean-Paul Prates tem atuação nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis e energias renováveis há mais de 20 anos. Ele esteve na linha de frente das campanhas de 2014 e 2018, na candidatura à Prefeitura de Natal em 2020, época da pandemia de Covid-19, e foi senador após a renúncia de Fátima Bezerra em 2019 – que foi eleita Governadora, tornando-se o líder do PT no Senado durante o governo de Jair Bolsonaro.
No parlamento, foi autor da Lei das Ferrovias, que facilita o investimento do setor privado no transporte ferroviário, do projeto de estabilização dos preços dos combustíveis e do Novo Marco Legal da Mobilidade Urbana, que exige que municípios elaborem seus próprios planos de mobilidade.
Prates também foi autor dos projetos de regulação da energia offshore (em alto-mar), do hidrogênio verde, captura e armazenamento de carbono, biogás em aterros sanitários e economia circular do plástico, além de ter atuado para concretizar obras estruturantes no Rio Grande do Norte, com a inclusão no Plano Pluri Anual (PPA) e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de verba para a duplicação da BR-304 e da BR-406. Em janeiro de 2023 Jean-Paul renunciou ao Senado para assumir a presidência da Petrobras, de onde foi demitido em 2024, depois de uma crise na distribuição e dividendos.
Prates é formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Tem mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, e em Economia do Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo. Jean-Paul é franco-brasileiro, nasceu em 19 de junho de 1968 no Rio de Janeiro, filho de uma francesa com um brasileiro.
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Fonte: saibamais.jor.br
