spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
sexta-feira, julho 26, 2024
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Audiência pública debate greve nacional das universidades e institutos federais

Share

Foto: Elpídio Júnior

Uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal debateu, nesta quinta-feira (16), a greve nacional das universidades e institutos federais. Proposto pelo vereador Professor Robério Paulino (PSOL), o encontro contou com a participação de líderes sindicais e estudantis, membros de movimentos sociais organizados, professores, funcionários e alunos das instituições em greve.

No dia 19 de abril, o governo federal apresentou uma proposta idêntica aos dois sindicatos: 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. No entanto, nenhuma parte deste reajuste viria em 2024, o que desagrada os professores. A reivindicação dos técnicos administrativos é de 37% de reajuste em três anos. O impacto dessa medida é de R$ 8 bilhões. Já o dos professores é de 22%, ainda sem impacto divulgado. Nos dois casos, com aumentos já este ano.

Tanto os professores, quanto os técnicos-administrativos federais negaram a proposta do governo de reajuste no último dia 26. Na próxima terça-feira, o governo terá um encontro para tratar da greve dos técnicos-administrativos da rede. De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), profissionais de mais de 50 universidades e colégios federais aderiram à paralisação.

“Essa greve é tanto dos técnicos administrativos quanto dos docentes e apoiada, evidentemente, pela maioria dos estudantes. Os técnicos administrativos já estão em greve há 45 dias e os docentes há pouco mais de 15 dias. Trata-se de uma greve nacional que abrange a maior parte das universidades do país e a quase totalidade dos institutos federais. Enquanto isso, o Governo Federal até agora apresentou uma proposta insuficiente: 4,5% em 2025, 4,5% em 2026, que daria pouco mais de 9%, mas 0% em 2024”, afirmou o vereador Robério Paulino.

“Foi esse o motivo que levou à deflagração da greve, porque a base da categoria não aceitou. A base da categoria, a maior parte da categoria, votou no presidente Lula nas eleições e votou contra Bolsonaro. Mas a fidelidade da categoria é com a Educação e não com o presidente. O atual governo aplica uma política que não agrada os trabalhadores, uma política de austeridade fiscal, que é muito parecida com a política do ex-ministro Paulo Guedes, baseada no teto de gastos. Ou seja, o pagamento da dívida dos bancos é mantido, mas não tem dinheiro para melhorar os salários dos servidores”, completou.

Na sequência, o vereador Daniel Valença (PT) avaliou que a audiência é um espaço importante para colocar em debate público a situação da greve nas universidades e institutos federais. “Sabemos que, especialmente após o golpe de 2016, houve um arrocho salarial com todos os servidores públicos. Um arrocho também nos investimentos, o que implica prejuízo para a pesquisa e assistência estudantil, que é o que garante a democratização da nossa educação. Então, é fundamental que o governo Lula recomponha tudo isso. Por mais que não tenha sido obra do seu governo, nós vencemos as eleições para que a educação pública volte a ser uma prioridade e transforme vidas no país. Portanto, apoiamos a greve e esperamos que o governo flexibilize as propostas apresentadas aos trabalhadores”.

A coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do Rio Grande do Norte (SINTEST/RN), Maria Aparecida Dantas, informou que a pauta de reivindicações foi entregue em outubro de 2023 e, após seis meses, o governo não deu nenhuma resposta. “Não teve nem a preocupação de estudar algo que pudesse entrar já no orçamento de 2024. Pedimos apenas o que temos direito de receber: recomposição salarial e reestruturação de carreira. Hoje, somos 224 mil servidores em greve no Brasil. E, infelizmente, a proposta apresentada pelo Governo Federal não atende às nossas expectativas”.

Por sua vez, o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe RN), Fernando Varella, falou sobre os próximos passos do movimento grevista. “Depois que tivermos uma nova proposta do governo para os técnicos, faremos uma rodada de assembleias nacionais a partir do dia 21, a fim de verificar se é possível ou não terminar a greve. Então, o assunto será discutido na próxima semana”, avisou.

Stefany Kovalski, coordenadora geral do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DCE/UFRN), disse que a entidade vai realizar uma consulta pública para saber o posicionamento da comunidade estudantil sobre a greve. “O DCE apoia e se solidariza por entender a relevância do movimento. Mas a gente também quer ouvir os outros estudantes. A nossa luta central é pela suspensão do calendário acadêmico, para que os estudantes não sejam prejudicados. A greve luta por uma universidade de qualidade. Mas esperamos que a classe estudantil não sofra qualquer tipo de consequência”.

ASSECOM/CMNAT


Descubra mais sobre Portal RN Diário

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Read more

Local News

Descubra mais sobre Portal RN Diário

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading