Protestos anti-imigrantes persistiram em todo o Reino Unido no domingo (24), em frente a hotéis que abrigam requerentes de asilo, um dia depois de a polícia ter sido forçada a separar manifestantes e contramanifestantes em várias cidades, em meio ao aumento das tensões em relação às políticas de imigração.
Com as pesquisas de opinião sobre imigração como a principal preocupação do público, o governo trabalhista do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tem sido pressionado a cumprir sua promessa de acabar com o uso de hotéis, que está custando bilhões de dólares anuais.
Nas últimas semanas, o país tem testemunhado protestos frequentes em frente a hotéis que abrigam requerentes de asilo, motivados em parte por preocupações com a segurança pública após um migrante hospedado em um hotel a leste de Londres ter sido acusado de agressão sexual.
Manifestações ocorreram no domingo em todo o país, incluindo em Epping, a leste de Londres, Bristol e Birmingham.
Uma decisão judicial determinou na terça-feira (19) a remoção de requerentes de asilo de um hotel em Epping, que se tornou um foco de protestos anti-imigração. O governo planeja recorrer.
Manifestantes se reuniram no local novamente no domingo, agitando bandeiras britânicas e segurando cartazes com os dizeres “Epping diz não” e “Parem os barcos”.
No sábado (23), manifestantes anti-imigração se reuniram em pequenos protestos em cidades por toda a Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Aumento recorde nos pedidos de asilo
Dados oficiais divulgados na quinta-feira (21) mostraram que os pedidos de asilo atingiram um nível recorde, com mais migrantes sendo alojados em hotéis em comparação com o ano anterior.
Nigel Farage, líder do partido populista Reform UK, que liderou as pesquisas de intenção de voto recentes, estabeleceu planos para deportações em massa de migrantes que cruzaram a fronteira da Europa continental em pequenos barcos, caso seu partido formasse o próximo governo.
Ele disse ao jornal The Times que retiraria o Reino Unido da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, fecharia acordos de repatriação com países como Afeganistão e Eritreia e construiria locais de detenção para 24 mil migrantes.
No domingo (24), o governo anunciou que reformaria o processo de apelação de asilo para acelerar as decisões, reduzir o acúmulo de casos e eliminar gradualmente o uso de hotéis para abrigar requerentes de asilo.
Segundo os planos, um órgão independente de juízes seria criado para lidar com os recursos de asilo e reduzir o acúmulo de 106 mil casos, incluindo 51 mil recursos com tempo médio de espera superior a um ano.
A ministra do Interior, Yvette Cooper, afirmou que as mudanças fazem parte dos esforços para “restaurar o controle e a ordem” em um sistema que ela descreveu como “um caos completo” quando o Partido Trabalhista assumiu o poder no ano passado.
“Não podemos continuar com esses atrasos completamente inaceitáveis”, disse Cooper.
Fonte: Noticias do Mundo – CNN
