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projeto da UFRN integra artistas com deficiência visual

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Banda Braile: projeto da UFRN integra artistas com deficiência visual

Criada na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), a Banda Braille vem consolidando, ao longo de mais de uma década, um espaço artístico marcado pela diversidade e pelo compromisso com a inclusão. O grupo reúne professores, estudantes, técnicos-administrativos e integrantes da comunidade externa, e se destaca pela proposta de apresentar ao público um repertório acessível e plural, fortalecendo as políticas inclusivas da instituição.

A iniciativa nasceu no âmbito de um projeto de educação musical especial, desenvolvido dentro da própria escola, com foco em práticas pedagógicas voltadas para pessoas com deficiência. Fundada em 2014, a Banda Braille se consolidou como um dos grupos artísticos permanentes da EMUFRN e, desde então, tem se tornado referência na integração de músicos cegos ou com baixa visão às atividades de performance.

Sob coordenação do professor Agamenon Morais Junior, o grupo é formado atualmente por nove músicos: dois vocalistas, baixista, acordeonista, tecladista, guitarrista, baterista, percussionista e violonista. A banda também conta com um técnico de som e servidores responsáveis pelo suporte logístico.

Com um repertório extenso que atravessa diferentes gêneros, a Banda Braille tem sido presença constante em eventos acadêmicos e culturais da UFRN, como a Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) e cerimônias promovidas pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) e pelo Centro de Educação. O grupo também já se apresentou em ações de outras instituições, a exemplo da Jornada de Diálogos sobre Acessibilidade e Inclusão do IFRN, em Santa Cruz.

“Um espaço inclusivo de prática de música popular”

Em entrevista à Agência Saiba Mais, Agamenon relembra que a criação do grupo surgiu como resposta a uma demanda de acessibilidade dentro da própria Escola de Música.
“A Banda Braille surgiu como um espaço inclusivo de prática de música popular”, explica.

Ele conta que a formação do grupo foi acontecendo de forma natural, reunindo diferentes segmentos da comunidade acadêmica.
“O grupo surgiu e tem se constituído de alunos dos cursos regulares e técnico-administrativos da Escola de Música, recebendo suporte de docentes da universidade e de profissionais (ex-alunos) atuantes no mercado.”

O nome e a dinâmica interna da banda refletem diretamente essa perspectiva:

“A Banda modela seu nome e suas formações de modo a sempre ter pessoas com deficiência visual interagindo com pessoas que enxergam.”

Para Agamenon, o grupo desempenha um papel fundamental na consolidação de políticas de inclusão dentro da universidade:
“As práticas realizadas contribuem para a permanência de pessoas com deficiência nos espaços da Escola de Música e para a preparação de estudantes para o mercado de trabalho.”

A convivência entre músicos com e sem deficiência visual também gera novas abordagens pedagógicas e criativas dentro dos ensaios.
“Diversos materiais recebem adaptação para uso mais efetivo dentro do contexto da banda. Já a dinâmica musical não recebe tratamento diferenciado, o que reforça a crença de que todos podem realizar as tarefas a que se propõem, bastando que façam as adaptações apropriadas.”

Embora esteja fortemente ligada às atividades internas da UFRN, a Banda Braille não pretende limitar suas apresentações ao ambiente universitário.

Impacto na comunidade

Quando questionado sobre o maior legado da banda, Agamenon resume a contribuição de forma direta e simbólica:
“Penso que todos podem realizar suas práticas musicais, independentemente de deficiência, bastando que adaptemos os materiais e os procedimentos.”

Ao longo de seus mais de dez anos, a Banda Braille reafirma a potência da música como instrumento de inclusão, diálogo e transformação social. Na EMUFRN, tornou-se mais do que um grupo artístico, é um exemplo vivo de que acessibilidade não é apenas uma política, mas uma prática diária.

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Fonte: saibamais.jor.br

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