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Natal fortalece agenda climática ao integrar projeto nacional AdaptAção

Natal passa a integrar o Projeto AdaptAção, uma ampla iniciativa nacional que reúne universidades, especialistas e governos locais para transformar instrumentos de política urbana a partir da perspectiva climática. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) e pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com o Ministério das Cidades, o programa selecionou 50 propostas de todo o país, abrangendo 69 municípios. A capital potiguar está entre os escolhidos e passa a receber assessoramento técnico especializado para aprimorar seu planejamento urbano frente aos impactos ambientais.

Embora o protagonismo do projeto seja nacional, a cidade ganha destaque por já possuir iniciativas estruturantes, como a Rede Municipal de Monitoramento Climático e o Transecto Móvel, projetos que agora serão fortalecidos com apoio técnico da Rede de Avaliação dos Instrumentos de Política Urbana e Adaptação Climática (AIPUAC), ligada ao Observatório das Metrópoles/UFRJ.

Durante oficina realizada no Complexo de Engenharia da UFRN nessa quinta-feira (27), representantes do município acompanharam a apresentação do programa e discutiram as primeiras metas. No encontro, o técnico Carlos da Hora destacou que Natal acaba de concluir a fase de instalação de sua rede própria de monitoramento. Ao todo, são 115 equipamentos distribuídos pelas quatro regiões da cidade, entre pluviômetros, estações meteorológicas e sensores de temperatura e umidade. Desse total, 47 estão instalados em escolas, aproximando estudantes da educação ambiental e ampliando a rede de observação climática local.

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Segundo o pesquisador, o diagnóstico refinado desses dados se tornará ainda mais relevante dentro do AdaptAção, que prevê a revisão de instrumentos urbanos o zoneamento e políticas de uso do solo sob a ótica da adaptação climática.

A capital potiguar foi selecionada em um edital nacional que priorizou municípios vulneráveis a eventos extremos, lideranças femininas, negras e indígenas, e cidades afetadas por desastres recentes. O resultado foi divulgado no último dia 17 de novembro. No RN, Parnamirim também foi um munícipio selecionado pelo projeto.

Com apoio do Observatório das Metrópoles, equipes técnicas receberão capacitações, suporte metodológico e acompanhamento de especialistas de 20 núcleos acadêmicos espalhados pelo Brasil. O objetivo é consolidar uma governança climática robusta que dialogue com universidades, sociedade civil e diferentes esferas de governo.

O AdaptAção ganhou visibilidade internacional ao ser destaque na COP30, em Belém, onde foram anunciados os municípios selecionados e lançada uma cartilha para orientar estados e cidades sobre incorporarem o risco climático ao planejamento urbano. Durante seu pronunciamento, o diretor da SNDUM, Yuri Della Giustina, reforçou a urgência do tema:

Foto: Reprodução/redes COP30

“O projeto lança uma semente sobre transformação climática e seus efeitos sobre as cidades brasileiras, um desafio a ser enfrentado. Voltei agora da COP 30 e foram duas semanas onde ficamos imersos no assunto. E o calor que fazia em Belém pode ter passado um recado para o mundo de que alguma coisa precisa ser feita e nós, Ministério das Cidades, estamos fazendo.”

A coordenadora-geral de Adaptação Climática da SNDUM, Raquel Furtado, complementou:
“Precisamos olhar também para a adaptação climática mais do que para a sustentabilidade. É importante enxergar esse lugar do clima, além do meio ambiente”, relata.

Oficinas e debates semelhantes ao promovido em Natal também foram realizados em Aracaju, João Pessoa, Fortaleza, São Luís, São Paulo, Curitiba, Goiânia e outras capitais, ampliando o diálogo sobre riscos, impactos e estratégias de adaptação.

Além disso, com investimento de R$ 1,99 milhão, o Projeto de Diagnóstico Ambiental e Monitoramento Climático tem sido uma das frentes mais importantes para consolidar a gestão baseada em evidências na capital. A cidade também reestruturou seu organograma para ampliar a governança climática, criando o Setor de Mudanças Climáticas e avançando para a futura Secretaria Adjunta de Mudanças Climáticas.

Um projeto nacional

Coordenado pelo Ministério das Cidades e pelo Observatório das Metrópoles, o AdaptAção mobiliza 20 núcleos universitários e oferece apoio para a implementação de dez instrumentos de política urbana, entre eles o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), o zoneamento e macrozoneamento, a regularização fundiária de interesse social (Reurb-S) e o parcelamento do solo urbano.

As experiências deverão incluir consultas públicas, seminários e diálogos com movimentos sociais, fortalecendo a participação cidadã e a transparência na elaboração das políticas.

O cruzamento entre dados científicos, instrumentos de política urbana revisados e participação social pavimenta um caminho de longo prazo para enfrentar eventos extremos, enchentes, ilhas de calor e desigualdades socioambientais.

O movimento estrutural que se inicia agora consolida a cidade não apenas como participante, mas como potencial referência regional no debate climático, e o AdaptAção se torna peça-chave para garantir que o planejamento urbano de Natal avance de forma integrada, resiliente e orientada por evidências.

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Fonte: saibamais.jor.br

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