Em 2025, até o mês de novembro, foram registrados 21 feminicídios no Rio Grande do Norte, segundo levantamento da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) realizado à pedido da Agência Saiba Mais. O número já supera o total de casos registrados em 2024, quando 19 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado.
Nos últimos cinco anos, os dados desse tipo de crime vêm variando no Rio Grande do Norte, mas seguem no sentido de crescimento. Foram 13 casos em 2020, 20 em 2021, 18 em 2022, 24 em 2023 e 19 em 2024.
Num comparativo entre 2024 e 2025 temos que, enquanto entre janeiro e novembro do ano passado foram registrados 17 feminicídios, este ano, nesse mesmo período, já são 21.

Nesta terça (02) foi retomado o júri popular do Caso Zaira, iniciado ontem. A estudante universitária foi encontrada morta dentro do carro do policial militar Pedro Inácio de Araújo, durante o carnaval de Caicó de 2019. O PM é acusado de estuprar e matar a jovem de 22 anos.
Hoje o julgamento foi retomado com a oitiva de duas testemunhas de defesa. Ontem, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação, sendo uma delas por videoconferência, e a primeira das testemunhas de defesa do réu Pedro Inácio Araújo. Os trabalhos do primeiro dia do Tribunal do Júri foram encerrados às 20h20.
A expectativa é que os peritos comecem a ser ouvidos ainda pela manhã. O júri ocorre no Plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes e é presidido pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Natal, Valter Flor.
Caso Zaira
Zaira Dantas Silveira Cruz, de 22 anos, era natural de Currais Novos mas morava em Mossoró, onde estudava Engenharia Química na Ufersa. No dia 2 de março de 2019, foi encontrada morta no sábado de Carnaval em Caicó dentro do carro do policial militar Pedro Inácio Araújo.
Segundo as investigações, entre 2h14 e 3h daquele dia, os dois estavam dentro do carro, quando Pedro Inácio tentou ter relações sexuais com a vítima, e ela negou. Diante da negativa, o PM a estupra e depois a mata.
Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa solicitou e obteve a mudança para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso.
Inicialmente, o julgamento estava previsto para durar até a próxima sexta-feira (6), com 22 depoimentos previstos, entre eles o do réu e das testemunhas de defesa e de acusação. O processo conta com sete mil laudas.
Tentativa de feminicídio
No mês de julho, Igor Eduardo Pereira Cabral, 29, foi detido depois de espancar a então namorada, Juliana Soares, de 35 anos, com mais de 60 socos dentro de um elevador em um condomínio, no bairro de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal.
Imagens do circuito interno registraram o momento em que ela leva dezenas de socos. A violência deixou a vítima com o rosto desfigurado. O segurança do condomínio, ao ver as imagens, acionou a Polícia Militar.
Em agosto, o ex-jogador de basquete se tornou réu por tentativa de feminicídio. A discussão, segundo a Polícia Civil, teria começado em uma área comum do condomínio, onde eles faziam um churrasco com amigos. Juliana relatou que Igor teve uma crise de ciúmes quando ela lhe mostrou mensagens que havia recebido em seu celular.
Brasil
No Brasil, quatro mulheres são assassinadas por dia, segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025. Ao todo, foram 1.459 vítimas em 2024 diante de 1.449 em 2023.
No dia 21 de novembro um homem estuprou e matou a professora e doutoranda Catarina Kasten, em Florianópolis (SC) quando ela seguia para uma aula de natação. O homem foi preso.
Em de novembro, em Jaborandi, oeste da Bahia, um homem matou a tiros a ex-namorada Ingrid Souza de Jesus. O homem também se feriu e morreu ao ser levado para o hospital.
Já no dia 28 de novembro, no Rio de Janeiro, um homem de 26 anos atirou e matou dias mulheres no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet). A diretora Allane de Souza Pedrotti Matos, de 41 anos, e a psicóloga Layse Costa Pinheiro. O homem, que também era servidor, já havia sido afastado e transferido de setor. Depois de matar as vítimas, ele se matou.
Em São Paulo, Tainara Souza Santos, de 31 anos, teve as pernas amputadas depois de ser atropelada e arrastada por mais de 1 quilômetro no último sábado (29). O suspeito foi identificado como Douglas Alves da Silva, de 26 anos, preso no dia seguinte. A mãe da vítima disse que a jovem já teve um relacionamento sério com o agressor.
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Fonte: saibamais.jor.br