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RN tem mais de 2 mil mulheres protegidas pelo Patrulha Maria da Penha

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O Rio Grande do Norte tem 2.324 mulheres assistidas pelo Patrulha Maria da Penha, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social até outubro de 2025. Ao todo, 18 cidades polo funcionam como referência para o programa. A cidade polo com o maior número de mulheres protegidas é Mossoró (555), seguida por Natal (287) e Currais Novos (224).

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O Patrulha Maria da Penha funciona como uma segurança para as mulheres que já denunciaram e estão com medidas protetiva de urgência concedidas pela Justiça.  Os casos mais delicados recebem acompanhamento especial da Patrulha, cujas equipes são formadas por três policiais, sendo uma feminina que faz a escuta das mulheres, que ficam em com contato direto com a Patrulha para quando se sentirem ameaçadas, entrarem em contato direto com a equipe. Os policiais verificam se houve quebra de medida protetiva.

O polo de Natal tem seis equipes, assim como em Mossoró. O quantitativo de policiais varia de acordo com a área de abrangência. Ao todo, a Patrulha Maria da Penha tende aos 167 municípios do Rio Grande do Norte.

Mas, apesar da rede de assistência e da divulgação de campanhas de combate à violência contra a mulher, os casos seguem numa crescente. Em 2025, até o mês de novembro, foram registrados 21 feminicídios no Rio Grande do Norte, segundo levantamento da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) realizado a pedido da Agência Saiba Mais. O número já supera o total de casos registrados em 2024, quando 19 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado. Foram 13 casos em 2020, 20 em 2021, 18 em 2022, 24 em 2023 e 19 em 2024.

Os casos de violência contra mulheres no RN não estão descolados de uma realidade nacional e mundial que estamos vivendo. São consequência do avanço de uma aliança entre a direita machista e racista e o fundamentalismo religioso. Vivemos hoje um novo momento que dissemina o ódio às mulheres e a misoginia. É o discurso de que as mulheres são inferiores, sem qualidades, que estão predestinadas biologicamente para o sexo e procriação. Vemos violência política nas câmaras, crimes de ódio nas redes sociais, sites que ensinam o estupro de mulheres, há muito ódio que combater“, avalia Cláudia Gazola, militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras.

Em Natal, uma manifestação foi marcada para este domingo (7), a partir das 9h, no Mercado Público da Redinha.

Essa realidade exige uma reação forte nas ruas do feminismo, das organizações, movimentos sociais e pessoas que se recusam a aceitar essa barbárie e que lutam diariamente por uma sociedade igualitária, com uma vida sem violência, com liberdade e dignidade para todas mulheres. Precisamos voltar a ter orçamento público para o enfrentando a violência contra nós mulheres, para campanhas de conscientização e regulação da redes sociais“, defende Gazola.

Tentativa de feminicídio

No mês de julho, Igor Eduardo Pereira Cabral, 29, foi detido depois de espancar a então namorada, Juliana Soares, de 35 anos, com mais de 60 socos dentro de um elevador em um condomínio, no bairro de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal.

Imagens do circuito interno registraram o momento em que ela leva dezenas de socos. A violência deixou a vítima com o rosto desfigurado. O segurança do condomínio, ao ver as imagens, acionou a Polícia Militar.

Em agosto, o ex-jogador de basquete se tornou réu por tentativa de feminicídio. A discussão, segundo a Polícia Civil, teria começado em uma área comum do condomínio, onde eles faziam um churrasco com amigos. Juliana relatou que Igor teve uma crise de ciúmes quando ela lhe mostrou mensagens que havia recebido em seu celular.

Juliana Soares, antes das agressões

RN teve aumento da violência doméstica em 2024

O número de feminicídios no Rio Grande do Norte caiu 21%, passando de 24 em 2023 para 19 em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado em julho. Porém, as tentativas de feminicídio tiveram alta de 71%. Eram 39 casos em 2023 que saltaram para 67 em 2024. E o problema da violência contra a mulher persiste quando se avalia os dados da violência doméstica, que aumentou 3%. Foram registrados 1.178 casos em 2023 e 1.221 em 2024.

Os casos de ameaça que têm mulheres como vítimas passaram de 10.166 em 2023 para 10.509 em 2024, uma alta semelhante na casa dos 3%. Também foram contabilizados os casos de perseguição (stalking), que passaram de 1.063 em 2023 para 1.190 em 2024, o que representa alta de 11%. Dentre os casos de violência psicológica, foram 979 casos em 2023 contra 910 no ano passado, numa queda de 7,3%.

Fonte: saibamais.jor.br

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