O senador Styvenson Valentim se reuniu nesta terça-feira (9) com o deputado federal Aécio Neves. Desde novembro, Styvenson é dirigido nacionalmente por Neves, que assumiu a presidência do PSDB por dois anos.
O encontro foi divulgado nas redes sociais do PSDB, que disse ter havido “uma conversa produtiva sobre as pautas em debate no Senado e os desafios do Rio Grande do Norte”.
Durante o encontro, Aécio entregou ao senador a edição de Conquistas & Legados, obra que reúne a história do PSDB desde sua fundação. O presidente nacional do PSDB também compartilhou as fotos nos Stories do Instagram com uma figurinha escrito “parceria”. Styvenson, no entanto, não publicou nas suas redes sociais nada sobre o encontro com Aécio até a publicação desta matéria. Se limitou, também nos Stories, a publicar um vídeo curto no Diretório Nacional tucano.
O senador potiguar está no PSDB desde o começo deste ano, após deixar o Podemos. No Rio Grande do Norte, encontrou uma situação conflituosa: o PSDB — dirigido no estado pelo deputado estadual Ezequiel Ferreira — é aliado da governadora Fátima Bezerra (PT) — enquanto Valentim é ferrenho opositor da chefe do Executivo.
Em mais de um momento, ele já deu declarações críticas à aliança entre o PSDB local e Fátima. Em fevereiro, ele elogiou Ezequiel, considerado um “político hábil”, e afirmou que o presidente da ALRN poderia continuar comandando a legenda, mas sem alinhamento com Fátima Bezerra. Em outra ocasião, disse que iria “resolver situação” com o tucanato.
No final de novembro, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, Neves foi questionado pelo jornalista potiguar Angelo Girotto, de O Potengi, sobre o enfraquecimento do partido na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O presidente nacional do PSDB disse que iria articular um entendimento entre o presidente da Casa, Ezequiel Ferreira, e o senador Styvenson Valentim.
Aécio Neves é ex-governador e ex-senador por Minas Gerais. Alcançou seu auge político em 2014, quando concorreu a presidente do Brasil e chegou ao segundo turno, sendo derrotado por Dilma Rousseff (PT). Após a derrota, sem apresentar casos concretos, o PSDB protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de auditoria especial para apurar o resultado das eleições presidenciais — a sigla alegou “desconfianças” propagadas nas redes sociais que “colocam em dúvida desde o processo de votação até a totalização”. Nunca foram constatadas irregularidades, e a derrota deu início à desidratação nacional do PSDB que, pós-impeachment de Dilma, perdeu espaço na direita brasileira para Jair Bolsonaro. Em 2018, com Geraldo Akckmin, o PSDB teve o pior resultado da sua história nas corridas presidenciais e ficou de fora de um segundo turno pela primeira vez desde Fernando Henrique Cardoso. Em 2022, sequer lançou candidatura presidencial própria e apostou em Mara Gabrilli como vice de Simone Tebet (MDB). A chapa terminou em terceiro lugar. Curiosamente, tanto Akckmin quanto Gabrilli já saíram do PSDB — ele, para o PSB; ela, para o PSD.
O presidente nacional do PSDB também já chegou a ser implicado em denúncia da Operação Lava-Jato, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o tucano de receber R$ 65 milhões em propinas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez para defender interesses das empreiteiras no chamado Projeto Madeira – que tratava das licitações das Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau. Em 2022, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a denúncia por unanimidade, por considerá-la “genérica”. O relator do caso, ministro Edson Fachin, disse que a PGR não conseguiu provar quais teriam sido os “desentraves burocráticos” operados por Aécio Neves em favor das empreiteiras.
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Fonte: saibamais.jor.br
