Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Rio Grande do Norte cresceram 9,3% no estado entre 2023 e 2024, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As uniões homoafetivas passaram de 160 para 175, com predominância nas relações entre homens.
Foram 111 uniões entre homens no ano passado, ante 64 entre mulheres. Em 2023, por outro lado, o sexo feminino prevaleceu: foram 95 casamentos, contra 65 masculinos.
Os números fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2024. Os dados consideram os casamentos realizados em Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.
2017: 71 uniões entre pessoas do mesmo sexo (23 entre homens e 48 entre mulheres)
2018: 114 uniões (45 entre homens e 69 entre mulheres)
2019: 124 uniões (53 entre homens e 71 entre mulheres)
2020: 70 uniões (26 entre homens e 44 entre mulheres)
2021: 150 uniões (49 entre homens e 101 entre mulheres)
2022: 132 uniões (51 entre homens e 81 entre mulheres)
2023: 160 uniões (65 entre homens e 95 entre mulheres)
2024: 175 uniões (111 entre homens e 64 entre mulheres)
Considerando os últimos oito anos, o crescimento é ainda maior. Em 2017, foram 71 uniões entre pessoas do mesmo sexo, alta de 146%. Neste período, apenas dois anos registraram números menores que o ano anterior: em 2020, auge da pandemia, e em 2022.
Ainda assim, os casamentos homoafetivos representam apenas 1,37% do total de casamentos registrados no RN no último ano. Em 2024, foram registrados 12.835 casamentos civis no estado, 111 a menos do que em 2023, seguindo a tendência de queda iniciada em 2019. Em 10 anos, a quantidade de casamentos no estado recuou 21,30%. O número de casamentos no último ano só não foi menor do que em 2020, ano da pandemia de Covid-19, quando houve 10.019 casamentos civis no RN.
O levantamento geral mostra redução dos percentuais de casamentos em todas as faixas etárias de 15 a 35 anos de idade na última década. Por outro lado, as Estatísticas revelam que os casamentos de pessoas a partir de 35 anos de idade saíram de 30,37% em 2014 para 46,64% em 2024.
Com os resultados, a taxa de nupcialidade legal foi calculada em 4,6 no RN em 2024, quinta menor do país. O indicador aponta que a cada mil pessoas de 15 anos ou mais de idade, 4,6 pessoas se casaram no estado. No Brasil, para cada mil habitantes nessa faixa etária, 5,6 pessoas, em média, uniram-se por meio do casamento civil em 2024.
A maioria dos casamentos continuou ocorrendo entre pessoas solteiras (80,02%), mas houve variação positiva dos recasamentos, em que pelo menos um dos cônjuges era divorciado ou viúvo. Entre 2023 e 2024, os percentuais saíram de 7,74% para 7,99%.
A pesquisa mostra ainda que entre os casamentos heterossexuais registrados no Rio Grande do Norte, 84 foram entre brasileiros e estrangeiros (70 entre mulheres brasileiras e homens estrangeiros e 14 entre homens brasileiros e mulheres estrangeiras).
O mês de dezembro manteve-se com a realização da maioria dos casórios, mas o percentual caiu de 12,75% em 2023 para 11,83% em 2024.
Número de divórcios caiu 19,23% em 2024
Foram registrados 4.616 casais divórcios no Rio Grande do Norte em 2024, 19,23% a menos que o registrado no ano anterior (5.715 divórcios). Os números consideram divórcios de casamentos heterossexuais concedidos em primeira instância ou por escritura, documento que formaliza o fim do casamento de forma consensual, sem a necessidade de processo judicial.
Embora sejam menos frequentes, o levantamento do IBGE mostra que houve aumento no número de divórcios extrajudiciais entre 2023 e 2024, saindo de 497 para 517.
A pesquisa aponta ainda que, em 2024, a maioria dos divórcios judiciais ocorreram em casamentos com 26 anos ou mais (23,79%). Em segundo lugar, ficaram os casamentos com 10 a 14 anos (16,30%). Os casamentos com até um ano representaram 4,88% do total de divórcios no RN.
De forma semelhante, a maioria dos divórcios por escritura foram de casamentos com 26 anos ou mais (24,76%).
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Direito ao amor: casamentos homoafetivos crescem no RN acima da média nacional
Fonte: saibamais.jor.br
