Investigadores da 103ª Delegacia de Polícia de Tibau do Sul, comandada pelo delegado Erick Gomes da Silva, confirmaram que a vereadora de natal, Brisa Bracchi (PT), não teve nenhum envolvimento com o episódio da suposta agressão contra Raquel de Carvalho Silva, candidata à vereadora naquele município pelo Republicanos, em 2024.
A informação foi divulgada em primeira mão pelos jornalistas Salatiel de Souza e Emerson Medeiros na rádio Clube FM.
A verdadeira envolvida no episódio, identificada como Alice, prestou depoimento espontaneamente na quarta-feira (24), na 103ª DP de Tibau do Sul, quando descartou, segundo divulgou a Clube FM, a participação no caso da vereadora do PT. Brisa, no entanto, disse que “esse assunto ainda vai render” na Justiça.
“A gente abriu também denúncias, a gente tomou todas as providências e agora eu que quero investigar, na verdade. Eu que quero saber por que alguém invadiu o trabalho da minha mãe e depois fez um boletim de ocorrência me acusando de estar no local, de ter agredido essa pessoa, mandou para a imprensa e mandou para o vereador de extrema-direita de Natal para que fosse usado contra mim na Câmara Municipal”, comentou a parlamentar do PT, referindo-se à acusação feita contra ela pelo vereador Subtenente Eliabe (PL) no Conselho de Ética.
Durante a sessão plenária do dia 17 de dezembro, o vereador bolsonarista anunciou uma representação contra a petista por quebra de decoro parlamentar, acusando-a de agressão física contra Raquel de Carvalho Silva.
Brisa reagiu com indignação à acusação afirmando que Eliabe era “criminoso” e anunciando que entraria com uma ação judicial contra ele por calúnia e difamação.
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“Má-fé”
Na avaliação da vereadora do PT em Natal, Raquel agiu de “má-fé” contra ela, porque, mesmo depois de avisada que a pessoa envolvida no episódio era Alice, a ex-candidata à vereadora em Tibau do Sul insistiu na acusação contra a petista.
A parlamentar do PT disse, ainda, que não conhece nem nunca viu Raquel. Brisa também informou que não possui nenhum grau de parentesco com Alice, acrescendo que tudo o que sabe é que a artista é voluntária há alguns anos no projeto coordenado por sua mãe na biblioteca de Tibau do Sul.
Brisa estava em Natal no dia de episódio em Tibau do Sul
O suposto episódio de agressão que Eliabe atribuiu a Brisa ocorreu no dia 5 de dezembro de 2025. O vereador baseou sua representação em um boletim de ocorrência registrado pela suposta vítima, Raquel de Carvalho Silva, na 103ª DP de Tibau do Sul.
Brisa afirmou que, no dia do suposto episódio, não estava sequer em Tibau do Sul, mas sim em Natal, cumprindo agendas institucionais.
Em nota, Brisa disse que, na data citada pelo vereador subtenente Eliabe, além de outras agendas oficiais, participou de reunião com o secretário municipal de Turismo, Sanclair Solon.
No mesmo dia, ainda segundo a vereadora, ela recebeu formalmente a notificação do segundo processo de cassação contra seu mandato em curso na Câmara Municipal de Natal.
No comunicado, a assessoria da vereadora reafirmou que Brisa Bracchi “não esteve no local citado, não participou de qualquer conflito ou agressão e as informações divulgadas são inverídicas”.
“Diante da gravidade das acusações falsas levadas ao plenário da Câmara Municipal e da disseminação deliberada de desinformação, será ajuizada ação criminal por calúnia e difamação contra todos os responsáveis pela difusão da mentira, bem como contra aqueles que atentaram contra a honra, a moral e a imagem da vereadora”, completa a nota.
Vereadora quer investigar se falsa acusação foi planejada
Na sexta-feira (19), Brisa registou um boletim de ocorrência na Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol) contra Raquel de Carvalho Silva. “Nós vamos tomar todas as medidas possíveis diante desse absurdo que tem acontecido”, disse a vereadora.
A vereadora afirmou que, agora, “quer entender por que isso tudo aconteceu, se isso já estava sendo planejado e se teve participação externa”. “Então, eu saio do lugar de acusada e agora eu que quero que isso seja investigado”, frisou.
Brisa afirmou que a acusação de Eliabe, ao envolvê-la nesse episódio, causou danos a sua imagem e honra. Por isso, segundo ela, não vai “deixar isso barato”.
“A gente tem que dizer que não é assim que funciona. Alguém não pode um dia acordar, fazer um boletim de ocorrência, acusando outra pessoa pública de ter feito algo e encaminhar isso para outros políticos utilizarem contra mim”, pontuou.
A vereadora disse que não acusaria “sem ter provas” ao ser questionada se, na opinião dela, a falsa acusação teria sido premeditada, mas lembrou que Raquel de Carvalho Silva é de direita e foi candidata a vereadora “por um partido bolsonarista” em 2024.
“É muita coincidência, né? Ela me acusa, faz um boletim de ocorrência contra mim e poucos dias depois o vereador de direita está me acusando na Câmara Municipal de Natal”, ironizou a petista, citando uma possível motivação política na acusação de Raquel, usada pelo bolsonarista Eliabe para entrar com a ação contra Brisa no Conselho de Ética.
Após ser desmentido, Eliabe pediu “suspensão temporária” de denúncia contra Brisa
A Agência Saiba Mais, na última segunda-feira (22), repercutiu a apuração do jornalista Emerson Medeiros sobre a verdadeira identidade da pessoa envolvida na confusão em uma biblioteca em Tibau do Sul.
Em suas redes sociais, o jornalista publicou um vídeo com um trecho da conversa que teve com Alice, em que ela confirma que se envolveu na briga com Raquel de Carvalho.
“Eu também me estressei, realmente quando ela pegou no meu braço, eu também virei o braço dela e estava disposta até a machucar ela mesmo, é que ela saiu com o carro. Mas ela querer dizer que eu sou Brisa é uma jogada política mesmo”, contou Alice.
Após a revelação, Eliabe emitiu nota informando que pediu a “suspensão temporária” do procedimento contra Bisa no Conselho de Ética da Câmara de Natal.
O vereador, no entanto, não se retratou. Ele justificou que fez a representação com base em “elementos formais e objetivos, entre eles boletim de ocorrência, exame de corpo de delito e materiais entregues às autoridades”.
“À época, tais elementos justificaram o encaminhamento da situação ao foro adequado, o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Natal, com finalidade exclusivamente apuratória. A denúncia protocolada cumpriu todos os requisitos regimentais”, diz trecho da nota enviada pela assessoria do vereador à imprensa.
Eliabe afirmou, ainda, que o pedido de suspensão temporária do procedimento “visa assegurar o respeito aos princípios da presunção de inocência, do devido processo legal, da ampla defesa e da razoabilidade, que devem nortear a atuação desta Casa Legislativa”.
“Ressalta-se que o pedido não objetiva o arquivamento das apurações, mas tão somente a suspensão cautelar de seus trâmites, até que a Polícia Civil conclua a investigação e esclareça, de forma objetiva, a autoria dos fatos, permitindo que eventual análise no âmbito parlamentar ocorra com base em elementos concretos e juridicamente seguros. O vereador reafirma o compromisso com a legalidade, a verdade e a Justiça”, acrescenta a nota.
Saiba Mais: Desmentido, Eliabe pede “suspensão temporária” de representação contra Brisa
Fonte: saibamais.jor.br
