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Natália sofre ataque machista de bolsonarista em reunião na Comissão de Direitos Humanos

Durante reunião da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, na tarde de quarta-feira (26), a deputada federal Natália Bonavides (PT) foi alvo de ataques machistas do deputado federal Éder Mauro (PL-PA).

Ao pedir uma questão de ordem solicitando a retomada dos trabalhos, diante da tentativa da bancada bolsonarista de travar a pauta, a petista foi interrompida aos gritos pelo parlamentar de extrema direita, que chegou a bater na mesa e se levantar com o dedo em riste para intimidá-la.

O deputado federal Reimont Luiz (PT-RJ), presidente da comissão, precisou intervir dizendo que a palavra não estava com o bolsonarista, o repreendeu por desrespeitar a deputada e solicitou a presença do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) para evitar uma agressão contra Natália Bonavides.

“A palavra não está com vossa excelência. Não vem bater na mesa para mulher aqui não, que história é essa? O senhor está desrespeitando ela, virou pra ela, é um desrespeito. Eu gostaria de pedir ao Depol uma ajuda aqui, só pra dar uma garantia para a deputada não ser agredida. Gostaria que o Depol ficasse ali perto da deputada, por favor”, disse o presidente da comissão.

Ao ser interrompida, Natália pediu que sua fala fosse garantida. “Deputado, você está me interrompendo, eu não passei a palavra. A questão de ordem tem precedência”, protestou a deputada.

O bolsonarista continuou desrespeitando, sempre aos gritos, o pronunciamento da deputada, cobrando que ela citasse o artigo da questão de ordem. Natália reagiu ressaltando que não seria ele quem diria o que ela poderia ou não falar.

“Levante a sua questão de ordem, faça a sua reclamação na sua questão de ordem”, respondeu Natália.

Estaria fazendo alguma coisa errada se não incomodasse certos tipos de canalha”, disse Natália

Natália encara bolsonarista que a atacou na Comissão de Direitos Humanos. Foto: Captura de Tela TV Câmara

O presidente Reimont devolveu a palavra a Natália, que disse que “se não incomodasse alguns tipos de canalha, estaria fazendo alguma coisa errada”.

A petista retomou a questão de ordem citando o artigo 17, fazendo um apelo aos deputados para que os trabalhos fossem retomados, mas foi novamente interrompida pelo bolsonarista.

Natália, sem se deixar intimidar, perguntou se o deputado tinha “um problema de audição ou não estava prestando atenção”, uma vez que ela já havia citado o artigo da questão de ordem.

Depois de bater na mesa, bolsonarista se levantou aos gritos com o dedo em riste em direção a Natália Bonavides. Foto: Captura de Tela TV Câmara

A potiguar disse, ainda, que o comportamento do bolsonarista era antirregimental, afirmou que ele costuma “dar piti” com mulheres e disse que essa forma de se expressar revela uma “masculinidade frágil”.

“A bancada da extrema direita, que tá muito nervosa hoje, mais até um pouquinho do que o normal, tá com um comportamento nitidamente antirregimental, inclusive interrompendo deputados no momento em que eles estão falando, para que não se vote uma série de projetos que são extremamente importantes. Eu entendo, presidente, que existe até um desrespeito às próprias prerrogativas do senhor, quando um deputado como esse faz um escândalo, na minha terra chama de ‘dar um piti’. Eu já conheço, já fui de comissão com ele. Quando é com mulher, principalmente, é pior. Ele grita, bate na mesa, se desse pra virar a mesa, ele viraria a mesa, porque quem tem a masculinidade frágil às vezes costuma precisar de algumas outras formas de se expressar”, criticou.

Éder Mauro voltou a interromper Natália, mas a deputada disse que não tinha chegado lá “aceitando grito de ninguém”. “Pode berrar bem alto, pode fazer um escândalo, mas nós vamos continuar”, reafirmou.

Natália dedica fala a Brisa, alvo de novo pedido de cassação na Câmara Municipal de Natal

“Enquanto tentam desesperadamente interromper nossas falas e vetar nossa presença, legitimada pelo voto popular, enquanto emergem do esgoto da política para tropeçar nas mais aberrantes ilegalidades, contradições e até crimes, em meio a tudo isso, não vamos abaixar a cabeça. Há muita coisa que nos move”, escreveu a deputada em publicação nas redes sociais.

Natália afirmou, ainda, que não permitiria que “coronéis, compradores de voto, assediadores de trabalhadores, autoproclamados barões da mídia e todos que se elegem e se mantêm no poder pela coação e pela corrupção continuem tomando de assalto aquilo que pertence ao povo”.

“Não vai ser o berro de homem nervosinho que vai nos parar”, completou a deputada, que dedicou sua fala à vereadora Brisa Bracchi (PT), alvo de um novo pedido de cassação do seu mandato na Câmara Municipal de Natal.

Para Natália, Brisa é “vítima de uma fraude de baixíssimo nível promovida pela direita de Natal”. “Mas não serão golpistas que envergonham nosso país, nosso estado e nossa cidade que vão determinar onde podemos ou não estar”, frisou.



Fonte: saibamais.jor.br

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