Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que a camada de asfalto aplicada na pavimentação de uma estrada no município de Brejinho, na região Agreste do Rio Grande do Norte, é mais fina que uma caneta. A obra, segundo imagens que constam no documento da investigação, já está destruída. A informação foi dada em primeira mão pela jornalista Camila Bomfim em seu blog no portal G1.
A investigação da CGU resultou na operação “Fake Road”, deflagrada na última sexta-feira (28) pela Polícia Federal (PF), para investigar suspeitas de irregularidades em contratos de pavimentação, financiados por emendas parlamentares, firmados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) entre 2022 e 2023.
De acordo com apuração de Camila Bomfim, além de Brejinho, também foram encontradas irregularidades nos municípios potiguares de Alexandria e Serrinha dos Pintos.
Em Alexandria e Serrinha dos Pintos, ainda segundo o relatório da CGU, o asfalto sequer chegou a ser feito. As estradas que seriam pavimentadas continuam em terra ou areia.
A reportagem da Agência Saiba Mais entrou em contato com a assessoria de comunicação da CGU, através de ligação e e-mail, para pedir acesso à íntegra do relatório da investigação, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.
A operação “Fake Road”, que significa “Asfalto Falso”, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo dois deles em Natal e nove em Fortaleza (CE).
A ação envolveu 12 servidores da CGU e cerca de 50 agentes da Polícia Federal, que apreenderam cinco veículos, sendo três carros de luxo, além de R$ 22 mil em espécie durante o cumprimento de mandados contra os investigados.
A investigação apura um possível prejuízo estimado em mais de R$ 22 milhões em contratos superfaturados, com execução parcial ou inexistente de serviços, medições fraudulentas e favorecimento indevido de empresas contratadas em municípios do Rio Grande do Norte e do Ceará.
A Polícia Federal aponta que existe a suspeita de atuação de servidores públicos e representantes de empresas privadas na “possível organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos, com prejuízo estimado em mais de R$ 22 milhões”.
De acordo com os investigadores, as medidas incluem, ainda, pedidos de bloqueio judicial de bens e valores, indisponibilidade de imóveis e veículos, busca pessoal e veicular e a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos investigados.
Fonte: saibamais.jor.br



