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Confederação investigada por fraude no INSS é liderada por Abraão Lincoln, ex-deputado potiguar

Foto / Reprodução

A Confederação Brasileira dos Pescadores e Aquicultores (CBPA), sob o comando do potiguar Abraão Lincoln Ferreira, tenta se desvincular do escândalo investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apura um suposto esquema de descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

Apesar da nota oficial divulgada nesta segunda-feira (6), onde a entidade afirma repudiar práticas fraudulentas e apoiar as investigações, os indícios reunidos pela PF colocam sob suspeita a integridade da gestão de Lincoln. Ex-deputado federal, ele está à frente de uma confederação que teria recebido R$ 123 milhões em descontos diretos dos benefícios previdenciários de milhares de aposentados, muitos dos quais jamais autorizaram a cobrança ou sequer sabiam estar “associados” à CBPA.

A operação batizada de Sem Desconto revelou que em 2022, a CBPA não possuía sequer um associado. No entanto, um ano após firmar um acordo de cooperação com o INSS, o número disparou para mais de 340 mil filiados, com arrecadação de R$ 57,8 milhões. Em apenas seis meses de 2024, a entidade já havia embolsado mais R$ 41,2 milhões, atingindo a marca de 445 mil associados – um crescimento considerado artificial pelos investigadores.

De acordo com a CGU, a estrutura da CBPA não comporta esse volume de atendimento, o que levanta sérias dúvidas sobre a veracidade da base de dados utilizada para aplicar os descontos via DATAPREV. O relatório da PF afirma que há fortes indícios de falsificação nas listas de associados, com grande parte dos nomes oriundos de áreas rurais e sem consentimento prévio para os descontos.

Mesmo diante das acusações e dos números alarmantes, a confederação presidida por Lincoln tenta sustentar uma imagem de legitimidade. A nota divulgada menciona supostos benefícios como descontos em medicamentos, telemedicina e auxílio-funeral de R$ 5 mil — vantagens que, segundo os órgãos de controle, não justificam os valores milionários repassados à entidade.

A tentativa da CBPA de se esquivar da responsabilidade destaca ainda o distanciamento entre a cúpula da confederação e os pescadores de base, descritos na nota como “pessoas humildes, de hábitos simples”, muitas vezes alheias à existência da própria confederação nacional.

O caso segue em investigação, mas já levanta questionamentos sobre a atuação de Abraão Lincoln Ferreira, cuja gestão agora está no centro de uma possível fraude que pode ter lesado milhares de beneficiários da Previdência Social em todo o Brasil.

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