O equilíbrio na distribuição de recursos para comunicação pública é crucial para garantir uma representação justa e equitativa de todas as regiões e municípios.
Atualmente, a prefeitura de Natal investe significativamente em publicidade, cerca de R$16 milhões com publicidade, isto é, 80% de todo o orçamento de governo do RN para comunicação em 167 municípios. Essa concentração de recursos em uma única cidade cria desequilíbrios na dinâmica de comunicação e no direcionamento do debate público.
É importante ressaltar que a governadora Fátima Bezerra não pode ser responsabilizada pelos problemas decorrentes da alocação desproporcional de recursos na comunicação. A distribuição desigual desses recursos entre a capital e os demais municípios do estado não é uma questão que cabe exclusivamente à governadora resolver. Cada entidade governamental, seja prefeitura ou governo estadual, tem sua própria autonomia na gestão de seus recursos.
É justamente por isso que na capital potiguar, os meios de comunicação estão dominados por indivíduos que fervorosamente são contrários à esquerda, pouco interessados em uma cobertura imparcial dos acontecimentos. Sem um contraponto efetivo na comunicação estadual, as prefeituras se veem livres para transferir a responsabilidade de seus problemas para o governo. Atualmente, é mais conveniente seguir esse caminho do que propor soluções reais para os desafios enfrentados.
Se Fátima não nivelar essa disputa, continuará perpetuamente tentando remediar os estragos causados. A falta de equilíbrio também contribui para a falta de prestação de contas adequada à sociedade, sobre quem é responsável pelo quê. Na prática, os prefeitos encontram mais facilidade em transferir suas responsabilidades para um setor que hoje carece de defesa no debate público. Como resultado, a relação entre prefeituras, governo estadual e sociedade acaba prejudicada.
A disparidade nos investimentos em comunicação não apenas favorece a prefeitura de Natal na pauta do debate público, mas também dificulta a responsabilização adequada diante da sociedade sobre quem deve tomar medidas para resolver os problemas enfrentados.
